Meios da Graça
Na Reforma, a “única santa igreja cristã, que é a congregação de todos os crentes” está onde o “evangelho é pregado puramente e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho” (Confissão de Augsburgo, Artigo 7). Todas as confissões reformadas enfatizavam a pregação e a administração dos sacramentos ou ordenanças. O Catecismo de Heidelberg (Pergunta 65) afirma que a fé vem “do Espírito Santo, que produz fé no nosso coração por meio da pregação do evangelho, e a confirma pelo uso dos sacramentos”. Deus usa meios para salvação. Através da ação do Espírito, ele usa a Palavra para produzir fé e o batismo e a ceia para confirmá-la. Os meios da graça são o meio ordinário pelo qual o Espírito age na Igreja.
"A Palavra de Deus que quebranta e edifica; destina-se a todos.
O batismo é uma confirmação da promessa graciosa da inclusão dos fiéis no povo de Deus.
A ceia permite a diferença entre a igreja e o mundo de maneira objetiva."
Franklin Ferreira
A Pregação
Sem minimizar os outros aspectos do culto, a pregação é o grande meio escolhido por Deus para proclamar o evangelho aos perdidos e nutrir na fé os filhos e filhas de Deus. O Espírito Santo torna a pregação o meio eficaz para converter os pecadores (1Co 2.4,5,14-16; 1 Pedro 1.23) e edificar os cristãos em santidade (João 17.17). A pregação reformada é essencialmente expositiva e doutrinária, visando ensinar a Palavra de Deus de maneira profunda e sistemática, mas deve ser também uma pregação experimental e prática, estando ligada à experiência do pregador e contendo instruções para a vida diária de seus ouvintes.
O Batismo
O batismo é o rito inaugural da vida cristã, a marca de propriedade de Deus em nossa vida – e nada pode apagá-la. Ele caracteriza externamente a união com Cristo e o Espírito Santo efetua nos fiéis a realidade que o batismo representa. O batismo está incluído na grande comissão, mencionada em Mateus 28:18-20 e Marcos 16:15-16. Na concepção reformada, “os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e seus benefícios, e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o restante do mundo, e solenemente comprometê-los no serviço de Deus em Cristo, segundo a sua Palavra. Sendo assim, o batismo não é a salvação em sí, a salvação é uma pessoa, Jesus. E o batismo é o selo do pacto da graça, o início da nova vida que recebemos.
A Ceia
A ceia é um sinal de comunhão contínua com Cristo e deve ser celebrada com frequência. Além de ser um memorial, a Ceia do Senhor é um momento de comunhão da igreja e fortalecimento espiritual de cada membro do corpo de Cristo. Um momento único e especial. Os católicos romanos acreditam que os elementos da Ceia (pão e vinho) se transformam de fato no próprio corpo e sangue de Cristo no momento em que são consagrados pelo sacerdote. Esta doutrina é chamada de transubstanciação. Já os cristãos reformados rejeitam esse pensamento, e defendem que os elementos permanecem da mesma substância que são: pão e vinho. O fiel recebe-os fisicamente, mas espiritualmente, por meio da fé, recebe também os benefícios da comunhão com Jesus Cristo. A Santa Ceia não deve ser tomada de qualquer forma. A Bíblia nos orienta a examinarmos o nosso coração antes de participar. E é nesse exame que nos colocamos diante de Deus, reconhecendo o valor de Cristo e Sua obra, bem como avaliamos a nossa vida, confessando nossos pecados e nos arrependendo. Assim ficamos aptos a participar.